Agricultores familiares da zona rural de Manaus diversificam produção para garantir renda

FOTOS: Roberto Araújo (Gecom/Idam)

Para que o agricultor familiar consiga se manter no mercado cada vez mais competitivo é preciso diversificar as atividades agrícolas e investir em novas tecnologias. Esses assuntos foram temas do Intercâmbio Técnico promovido pelo Governo do Estado, por meio do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Amazonas (Idam), realizado na quarta-feira, 23 de agosto, na BR 174, ramal do Pau Rosa, km 18, zona rural de Manaus.

De acordo com o diretor técnico do Idam, Luiz Carlos do Herval Filho, o Instituto utiliza metodologias de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) para orientar e estimular o agricultor, seja na hora de investir na cultura, utilizar tecnologias adequadas para cada atividade e até no apoio à comercialização dos produtos.

O intercâmbio aconteceu na propriedade do agricultor Valdinei Silva Souza, 36 anos, que trabalha com a criação de peixes e cultivo do pimentão, duas atividades que se complementam no período da entressafra. “Trabalho no setor primário há 16 anos e comecei com a criação de codornas. Na época trabalhava com 8 mil aves, mas com o aumento no preço da ração não tive como manter a produção e também não podia aumentar o preço dos ovos, foi quando decidi investir no pimentão”, destacou Valdinei, ao ressaltar que para o agricultor conseguir se manter no setor é bom investir no mínimo em duas ou três atividades.

Já o agricultor Everaldo Martins, de 53 anos, trabalha com o cultivo de pimenta malagueta, maracujá e cheiro-verde, além da criação de peixes. “Trabalho com culturas diversificadas, mas o carro-chefe da minha propriedade é a pimenta malagueta. Hoje produzo cerca de 100 quilos por mês e daqui a três meses pretendo produzir meia tonelada para suprir a demanda de compradores”, disse Everaldo.

 Tecnologias– Para facilitar o trabalho no cultivo do pimentão, o agricultor Valdinei investiu no sistema de plasticultura, cultivo protegido da hortaliça, que tem reduzido a incidência de pragas e doenças no plantio e é mais adequado para o clima da região amazônica. Com seis casas de vegetação, o agricultor colhe a cada quinze dias, 1500 quilos de pimentão.

Na piscicultura o agricultor já produziu, este ano, 4,5 toneladas do pescado na primeira safra. Segundo ele, a meta é atingir cerca de 15 toneladas após os investimentos em tecnologias.

De acordo com o engenheiro de pesca Marcel Ribeiro, apesar do agricultor trabalhar com uma pequena área, ele tem conseguido utilizar as tecnologias e obter retorno.” No tanque escavado para criação do tambaqui, o agricultor utiliza o sistema de aração para facilitar o monitoramento da qualidade da água. Uma nova safra de pescado já está em fase inicial. O agricultor recebeu 7 mil alevinos de tambaqui que foram doados pela Secretaria de Pesca e Aquicultura (Sepa), vinculada a Sepror, e já foram depositados no tanque para o período de engorda”, explicou Marcel.

Marcel destacou também que o fato do agricultor não precisar mais fazer o trabalho manual na preparação do solo tem sido um grande avanço. “Com a tecnologia da mecanização, o agricultor tem 100% de aproveitamento da área, além da facilidade nos tratos culturais e manejo das culturas. O próximo investimento do Valdinei será nos plantios de macaxeira e abobrinha em área mecanizada”, enfatizou Marcel.