Dia da Mulher: Os desafios das extensionistas do Amazonas

Mais de 100 países celebraram o Dia Internacional da Mulher, neste domingo (8 de março), e ressaltaram a importância e a presença feminina em todas as áreas do conhecimento e do mercado de trabalho. A data foi instituída pelas Nações Unidas há 45 anos e os desafios para muitas mulheres se estendem até hoje. Entretanto, elas não deixam por menos e trabalham com garra conquistando seu espaço e destaque. Uma prova disso são as mulheres extensionistas que atuam no Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (Idam).

A diretora-presidente do Idam, Eda Oliva, explica que a mulher extensionista sofre certa desconfiança, em alguns momentos, na execução de atividades como caminhar longas distâncias ou dirigir um trator, mas afirma que é importante que as mulheres ajam sempre demonstrando que podem fazer qualquer coisa que os homens fazem, sem medo de serem felizes.

Sobre estar à frente do Idam afirma que isso se deu pela confiança do secretário de Estado de Produção Rural (Sepror), Petrucio Magalhães Júnior, em seu trabalho e também pela minha experiência que possui com o serviço de Ater, conhecimento do Estado e comunidades, e também por ser funcionária da casa há alguns anos. “Acredito que o maior desafio da mulher que está no mercado de trabalho e da mulher que presta serviço de Ater é conciliar a função de mãe presente e técnica responsável”, afirma.

Nadiele afirma que a extensionista mãe realmente tem desafios maiores que as demais mulheres

Para a engenheira florestal e chefe do Departamento de Assistência Técnica e Extensão Florestal (Datef), Nadiele Pacheco, a extensionista mãe realmente tem desafios maiores que as demais mulheres. “Ela tem jornada tripla. Tem a jornada de trabalho padrão, a jornada do trabalho do lar e a jornada de trabalho para dar conta dos filhos. Quando a gente pensa na mulher extensionista que vai trabalhar na Amazônia, que vai prestar assistência técnica, nem sempre ela vai para o expediente de trabalho e volta no mesmo dia para a casa, se ela precisar fazer uma viagem de campo ela precisa deixar a família”. Ela afirma também que existe o preconceito da mulher no mercado de trabalho, mas no Idam, por exemplo, não há diferenciação salarial quando um homem e mulher ocupam o mesmo cargo.

Para a engenheira agrônoma do Idam Anecilene Buzaglo “um dos principais desafios da mulher, profissional da Ater no Amazonas é falta de credibilidade da maioria dos colegas e alguns agricultores/produtores, que muitas vezes nos julgam incapazes fisicamente e tecnicamente. Entretanto,  as extensionistas rurais são mulheres de superação, pois enfrentam duras jornadas de trabalho para atender os agricultores/produtores. Como extensionistas rurais conquistam o respeito e a credibilidade pelo seu profissionalismo e competência técnica”.

Unidade Local – Na avaliação da gerente da unidade local do Idam em Codajás, Valderline de Souza, a mulher no cenário do serviço de Ater vem derrubando tabus por meio dos serviços realizados no campo voltado ao bem estar e desenvolvimento das famílias rurais.  “Naturalmente, as mulheres entendem de família e isso ajuda nosso trabalho. Nesta lida diária percorrendo rios, lagos, estradas e ramais a sensibilidade da extencionista rural está intimamente ligada ao desenvolvimento social e econômico das famílias rurais”, afirma.

Valderline de Souza afirma que a mulher no cenário do serviço de Ater vem derrubando tabus

A gerente da unidade local do Idam de Humaitá, Gisely da Silva, afirma também que a mulher tem um olhar mais atencioso, o olhar de mãe, que cuida e da seu melhor para prestar assistência técnica de qualidade. “Acredito que estamos no caminho de muitas conquistas, pois até hoje ainda há estranhamento quando o produtor descobre que sou a mulher e a gerente da Unloc. Mas com nosso trabalho e competência temos conquistado respeito”.

Para a gerente do Idam Humaitá. Gisely da Silva a mulher tem um olhar mais atencios