Governo do Estado amplia apoio à produção de alimentos orgânicos visando o aumento da produção

A produção orgânica ganhou força em 11 municípios do Amazonas

A produção de alimentos orgânicos cultivados por agricultores familiares e produtores rurais do Amazonas tem conquistado adeptos, e o Governo do Estado, por meio do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (Idam), está ampliando a Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) ao segmento, visando o aumento da produção e produtividade com a diversificação de frutas e hortaliças.

O Projeto Prioritário do Idam para Agroecologia envolve 11 municípios do Estado. A previsão de recursos para investimentos em Ater no setor até 2022 é de R$ 1,7 milhão em capacitação e profissionalização de técnicos e produtores, além de outras metodologias utilizadas pelo Instituto. A previsão para acesso ao crédito rural, no mesmo período, é superior a R$ 1,4 milhão, que irá subsidiar as atividades nas Unidades de Produção Familiar (UPF).

De acordo com o coordenador do Projeto Prioritário para Agroecologia, Mário Ono, um dos objetivos é aumentar a produção e produtividade dos agroecossistemas por meio da expansão da agricultura orgânica, ampliação do número de agricultores e da diversidade dos sistemas, estimulando o processo de transição agroecológica nas comunidades de municípios da Região Metropolitana de Manaus.

Durante o ciclo de capacitações que está sendo realizado pelo Idam, uma equipe de 14 técnicos, executores dos projetos nos municípios do Amazonas, participaram de aula prática na terça-feira (03/12) em propriedades atendidas pelo Idam e que são referências no município de Iranduba (a 27 quilômetros em linha reta) na produção de orgânicos.


A agricultora Walda Ferreira, de 30 anos, do ramal do Peixe-Boi, km 4, trabalha com orgânicos há cinco anos. Filha de agricultores, ela conta que hoje a preocupação é com o bem-estar da família e dos clientes que conquistou com a atividade. Por isso, tudo o que é cultivado na propriedade é de origem orgânica. Walda e o esposo, Jonilson Costa, de 51 anos, juntamente com os filhos, decidiram comercializar produtos orgânicos em cestas.

“Trabalhamos com as cestas verdes e atendemos demandas da capital Manaus. Às vezes, conseguimos comercializar por mês até 50 cestas. O cliente pode fazer a assinatura e receber todo sábado a cesta com produtos fresquinhos e orgânicos”, disse a agricultora, ao destacar que também comercializa a produção para programas do governo.

A assinatura mensal custa R$ 220 para cestas-padrão e R$ 110 as cestas menores. Entre os produtos orgânicos cultivados na propriedade estão o limão, couve, alface, cheiro-verde, cebolinha, tomate, pepino, rúcula, espinafre, jambu e abacaxi.


Estilo de vida – Para o agricultor Joed Pereira Melo, de 35 anos, do ramal do Pupunhal, km 03, a agroecologia é um estilo de vida. “Para todo agricultor de orgânico existe um período de transição e adaptação. Antes, só pensava no lucro, mas hoje vejo como consequência do que a natureza pode proporcionar. Atualmente, a Rede Maniva de Agroecologia, da qual faço parte, já conta com 200 agricultores”, disse Joed, ao destacar que já se prepara para a entrega de dez toneladas de alface, que serão comercializadas para os Programas Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) e de Regionalização da Merenda Escolar (Preme).

Fotos: Paula Vieira / Gecom