Produtividade de café no AM pode ser três vezes maior com tecnologias da Embrapa

A produtividade de café no Amazonas pode ser três vezes maior, com a adoção de tecnologias da Embrapa. Os resultados da Unidade de Referência Tecnológica (URT) de café em Silves-AM, mostram que o cultivo de café clonal, com a cultivar BRS Ouro Preto e as técnicas de manejo recomendadas, podem ser uma ótima oportunidade para produção e geração de renda para agricultores na região. Na URT em Silves, a produtividade obtida na média das safras (2017, 2018) é de 4,5 toneladas por hectare (t/ha), ou 75 sacas de 60 quilos/hectare. O resultado é muito superior a média de produtividade no Amazonas, que está em torno de 1,38 (t/ha) ou 23 sacas/hectare, conforme dados do IBGE sobre rendimento médio no estado.

As informações foram apresentadas no dia de campo ‘A cultura do café no Amazonas’, realizado na última sexta-feira 10 de maio, no município de Silves (AM). Participaram cerca de 250 pessoas, entre produtores, técnicos, estudantes, empresários, e demais interessados na cultura do café na região.

O dia de campo apresentou o desempenho agronômico e viabilidade econômica da lavoura de café com a cultivar BRS Ouro Preto, que reúne um conjunto de 15 clones de café da variedade botânica Conilon, associado a práticas de manejo recomendadas pela Embrapa que vêm sendo colocadas em prática na URT, localizada na sede da Associação Solidariedade Amazonas (ASA), Rodovia AM-363, Km 77 de Silves, AM.

O dia de campo ‘A Cultura do Café no Amazonas’ foi uma realização da Embrapa Amazônia Ocidental (Manaus-AM), Embrapa Rondônia, Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (Idam) e Associação Solidariedade Amazonas (ASA). Contou com o apoio da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Secretaria de Produção Rural do Amazonas (Sepror), Prefeitura Municipal de Silves, Prefeitura Municipal de Itapiranga e patrocínio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam).

O pesquisador da Embrapa Rondônia, Marcelo Curitiba, cita que na primeira safra, no ano de 2017, foram colhidas 60.4 sacas de café por hectare. Em 2018, a colheita aumentou para 90.4 na mesma área.  A produtividade média de duas safras (2017 e 2018), de cada clone nesta área ficou em 75.4 sacas de café por hectare. Nesta terceira safra, em 2019, os dados baseados no início da colheita indicam a estimativa de superar 100 sacas por hectare, informou o pesquisador. “Durante esses quatro anos, nós tivemos todas as práticas relacionadas ao manejo, principalmente, plantio em cova bem feita, com adubação, práticas de manejo de formação como poda, desbrota, além de controle de pragas e doenças, adubação de crescimento e adubação de produção”, cita Marcelo.

O pesquisador da Embrapa Amazônia Ocidental, Edson Barcelos, que também atua em projetos de pesquisa para cafeicultura no Amazonas, destaca que o café é uma cultura muito apropriada para a agricultura familiar, existe potencial de mercado, agricultores podem aproveitar áreas já desmatadas existentes no estado, para produzir e gerar renda. Um exemplo dado pelo pesquisador Barcelos, é que “uma família cultivando cinco hectares de café, se produzir 50 sacas por hectare, serão 250 sacas, que ao preço de mercado hoje em R$ 300 rende R$ 70 mil de receita bruta por família/ano, com apenas cinco hectares. Isso é muito mais que todas as outras culturas que temos a disposição do nosso agricultor hoje aqui na região”.

Idam – A diretora-presidente do Idam, Eda Oliva, que participou do dia de campo destacou que a ação foi muito boa e válida para todos que participaram e informou que estiveram presentes servidores do Idam em Silves, Urucurituba, Itapiranga, Itacoatiara e Urucará.

A diretora-presidente do Idam, juntamente, com outros profissionais do Idam em Manaus participaram da ação

“A Embrapa contribuiu com sua perspectiva tecnológica-cientifica, o Idam na sua perspectiva de assistência técnica e extensão rural (Ater) repassando a tecnologia da Embrapa aos produtores rurais, e a Associação Solidariedade Amazonas (ASA) que disponibilizou sua infraestrutura, apoio e cedeu uma área de seu terreno para que toda a experiência fosse realizada”, detalhou Eda Oliva.

Para apresentar as informações aos participantes, o dia de campo foi organizado em quatro estações:  Relato de experiências na cultura de café, apresentada pelo agricultor Roque Pereira Lins (ASA) e o gerente do Idam em Silves, Rosilque Mendes de França; Caracterização dos clones de café, pelo pesquisador Marcelo Curitiba Espíndula (Embrapa Rondônia);  Implantação e manejo da lavoura de café, pelos pesquisadores Denis Cesar Cararo e João Maria Diocleciano (Embrapa Rondônia); Coeficientes técnicos e análise da viabilidade econômica de produção de café, pelo economista José Olenilson Pinheiro (Embrapa Amazônia Ocidental).

 

Texto: Embrapa e Idam

Fotos: Djalma Junior e Pedro Chaves