Revitalização da cadeia produtiva da borracha é tema de encontro durante a fesPIM

O resgate e a revitalização da cadeia produtiva da borracha estão entre as prioridades do Governo do Amazonas, que realiza, durante a primeira edição da Feira de Sustentabilidade do Polo Industrial de Manaus (fesPIM), o Encontro de Lideranças da Cadeia Produtiva da Borracha Natural. O evento iniciou na quarta (27) segue até esta quinta-feira (28/11), com a visita a uma fábrica de beneficiamento da borracha em Iranduba.

Quinze representantes de organizações (associações e cooperativas de extrativistas) que trabalham com a extração de látex de seringa participam da atividade, organizada pela Secretaria de Estado de Produção Rural (Sepror), Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (Idam), Agência de Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (ADS) e Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, tecnologia e Inovação (Sedecti).

De acordo com a diretora-presidente do Idam, Eda Oliva, o Governo do Amazonas tem investido no setor primário, e isso é bom para as atividades produtoras. “No que diz respeito à cadeia produtiva da borracha, o Idam está trabalhando o Projeto Prioritário específico para a atividade e inicialmente envolve 11 municípios do Amazonas. Outro incentivo para a cadeia são as subvenções federal e estadual”, destacou.

O presidente da ADS, Flávio Antony, falou sobre o evento. “Por ser uma ação com atividades voltadas à sustentabilidade, esse evento tem tudo a ver com a ADS. A Agência vai, por meio de seus programas de Governo, sentar junto com a Superintendência da Zona Franca de Manaus e com a Secretaria de Planejamento para buscar as melhores alternativas para o novo modelo econômico sustentável que se tenta implementar no Estado do Amazonas”.

Durante a abertura da fesPIM, o governador Wilson Lima destacou o pagamento da subvenção da borracha, que será retomado em 2020, e anunciou a implementação da subvenção do pirarucu também para o próximo ano.

Projetos Prioritários – Na quarta-feira (27/11), o Idam apresentou as ações dos Projetos Prioritários para cadeia produtiva da Borracha, que estão sendo desenvolvidas em 11 municípios do Amazonas. Desses 11, seis municípios já estão em fase de seleção dos beneficiários. O objetivo do projeto é capacitar e profissionalizar agricultores que trabalham com a atividade, visando atender o mercado regional, incrementar a produção, identificar e mapear locais de potencial para sangria.

Para o engenheiro florestal do Idam, Luiz Rocha, o uso sustentável da floresta é uma das principais estratégias de conservação. “Os produtos florestais não madeireiros, a exemplo da borracha, são reconhecidos como fundamentais nessa estratégia porque uma das bases de produção do Amazonas consiste no extrativismo, que tem sido durante séculos uma das principais atividades econômicas e sociais desenvolvidas pelos agricultores familiares”, disse.

Segundo ele, a produção de borracha é uma alternativa viável e diferente de outras atividades de manejo florestal, que precisam de licenciamento para serem executadas. No extrativismo da borracha não é necessário, e a atividade ainda garante recurso e melhoria na qualidade de vida dos agricultores sem causar danos ao meio ambiente.

Subvenção da borracha – Atualmente, os municípios que recebem a subvenção da borracha estadual são: Borba, Boca do Acre, Canutama, Carauari, Eirunepé, Itamarati, Juruá, Jutaí, Lábrea, Manicoré, Nova Olinda do Norte, Pauini e Manaus, com cerca de 16 associações e cooperativas ativas. Os produtos têm como destino os estados do Acre, Amazonas e Pará.

“A importância desse evento é para que os seringueiros tirem todas as suas dúvidas quanto ao pagamento da subvenção da borracha. Estimular os extrativistas a continuarem as atividades também é um dos nossos objetivos. Para a ADS, é importante que os seringueiros estejam sempre usando os benefícios a que eles têm direito, e enfatizar que esses produtores precisam dar entrada no processo de pagamento. É importante para que a cadeia seja fortalecida”, assinalou a engenheira florestal da ADS, Eliane Ramos.

Comercialização – A empresa Rubberon firmou compromisso na compra à vista de toda a borracha produzida no Amazonas. A fábrica de beneficiamento da borracha, que estava inativa, fica localizada em Iranduba.  A previsão é que a indústria volte à ativa a partir de fevereiro de 2020, com capacidade para produção de 500 toneladas de borracha por mês.

Para o diretor técnico da ADS, Tomás Sanches, a importância da parceria do Governo com a Rubberon é a garantia da compra da matéria-prima. “Atualmente o grande problema desse setor é ter para quem vender. A instalação da Rubberon como indústria é uma garantia de que tudo aquilo que foi produzido será adquirido”, relatou.