Sistema proporciona qualidade no cultivo de alface hidropônica em Manaus

“A hidroponia tem muitas vantagens, uma delas é não precisar de muita mão de obra. Uma pessoa consegue tomar conta de até dez mil plantas”, disse Newton Cruz.

O novo sistema de bancadas individuais utilizado na hidroponia (cultivo protegido) tem facilitado a vida dos agricultores que trabalham com o plantio de alface no Amazonas. O método proporciona equilíbrio nutricional das plantas e maior controle de pragas e doenças. Essa tecnologia está sendo adotada por agricultores familiares da zona rural de Manaus, local de potencial na produção de alface hidropônica, que apresentou um crescimento de 22% no cultivo da hortaliça, no período de 2014 a 2016, conforme dados do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Amazonas (Idam), órgão integrante do Sistema Sepror.

De acordo com o técnico em agropecuária do Idam, Jorge Reis Monteiro, as vantagens das bancadas individuais são inúmeras e traz benefícios que refletem diretamente no bolso do agricultor. “Em um sistema de refrigeração tradicional utilizado na hidroponia, o agricultor gasta em torno de R$ 500. Já no novo sistema, o agricultor gastará em média R$ 200 por cada bancada e ainda diminui prejuízos com perdas de produção, uma vez que o controle de doenças no plantio é maior”, explicou.

O agricultor Newton Nogueira da Cruz, 60 anos, da AM-010, km 26, destaca que o sistema de bancadas ajudou agregar valor ao produto. “Hoje a qualidade da minha alface é visível. Elas não sofrem variação no tamanho, as raízes são mais fortes e o produto mais limpo e seguro para o consumidor. Além das facilidades no manejo da atividade, antes o pH da água era verificado todos os dias, hoje o procedimento é realizado a cada três dias pelo fato da variação ser menor”, explicou Newton.

Newton e a esposa Eliana Maria Sampaio Ibiapina da Cruz, 50 anos, trabalham há sete​​ anos com a atividade, que é a única fonte de renda da família. Atualmente eles produzem alfaces das variedades crespa, americana e roxa, além da dedicação ao cultivo de agrião, rúcula e salsinha. Com seis casas de vegetação, a produção de alface chega a 800 maços por semana, e a comercialização e feita diretamente ao consumidor nas feiras da Agência de Desenvolvimento Sustentável (ADS) e Feirão da Sepror.

Bancadas individuais– No Amazonas, o sistema ainda é novidade para agricultores. Nas bancadas, o cultivo é diretamente em água e as plantas são colocadas em canaletas, onde circula a solução composta de água e nutrientes. O reservatório é padrão para todas as plantas considerando que são todas da mesma idade.

Nesse sistema, o ciclo vegetativo da planta não muda e o período de cultivo é de 40 dias. O grande diferencial é a economia na instalação do sistema hidráulico, plantas com raízes mais limpas e a certeza no controle de pragas e doenças.

Hidroponia – É uma técnica alternativa de plantio protegido. Em Manaus, o cultivo hidropônico foi introduzido na década de 90 por agricultores do ramal do Ipiranga. Apesar do alto custo inicial de implantação, o retorno econômico é bem mais rápido se comparado ao método tradicional, já que a hidroponia possibilita menor tempo entre um ciclo e outro, aumento na produção e facilidade na execução de tratos culturais.

A produção hidropônica no Amazonas em 2016, foi de 10,6 milhões de pés de alface, onde Manaus é o maior produtor com 8,8 milhões.

Por Paula Vieira (Gecom)