Borba: IDAM promove curso de beneficiamento primário do cacau

 

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A equipe de extensionistas do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (IDAM), Unidade Local de Borba (a 251 km de Manaus), promoveu mais um curso de “Beneficiamento Primário do Cacau”. A capacitação contou com a participação de vinte e três agricultores familiares do Projeto Agroextrativista Trocanã e aconteceu na comunidade do Puruzinho, localizada no rio Madeira Baixo, na propriedade do agricultor familiar, Orange Campos.

O objetivo é incentivar as boas práticas para o beneficiamento primário do cacau, visando a qualidade e consequentemente o aumento da produtividade. Durante o evento os agricultores receberam orientações sobre as etapas do processo que vão desde a produção, colheita, quebra do produto, entre outras atividades .

De acordo com o gerente do IDAM/Borba, Rosinei Silva, os agricultores precisam estar atentos aos detalhes de cada etapa. “No processo de colheita, os agricultores utilizam o podão (lamina de corte) e a orientação nessa etapa  é cortar o talo do fruto sempre de cima para baixo, além disso os frutos devem ser colhidos no grau certo de maturação do tipo ‘frutos amarelo ouro’,  que após a colheita, devem permanecer de dois a três dias até a quebra  que garante  a concentração de açucares na polpa”,  explicou Rosinei.

Mais recomendações foram repassadas aos participantes, que também puderam esclarecer dúvidas junto aos técnicos do IDAM.

A quebra do Cacau – Para essa etapa, a recomendação é sempre proteger o fruto de possíveis chuvas. Durante o processo, o agricultor pode utilizar lona, madeira ou o próprio polo de fermentação, desde que seja higienizado para não comprometer a qualidade da amêndoa.

 Cocho de fermentação – Após a quebra do cacau, o próximo passo é colocar o produto em caixas de madeira no cocho de fermentação, onde o cacau úmido é colocado até (10 cm) abaixo da altura máxima do cocho.

Nas primeiras 48 horas, a massa do cacau não pode ser revolvida de um compartimento para o outro do chocho até que a temperatura interna atinja a marcação de 31º a 32º C. Para favorecer a fase alcoólica do fruto, o cocho precisa ser recoberto na parte de cima com folhas de bananeiras. Passado às 48 horas de fermentação, ou de acordo com a temperatura, os revolvimentos (viras) devem acontecer periodicamente, com a intenção de homogeneizar a massa fermentada, eliminando os compostos (ácidos) que são produzidos durante o processo fermentativo pelos microrganismos. A fermentação bem conduzida, torna o produto (amêndoa) do tipo fino e especial.

A secagem e armazenamento – depois de sair do cocho de fermentação, o cacau ainda precisa passar pelo processo de secagem em virtude da água e ácidos que necessitam ser removidos. O armazenamento é fundamental para garantir que a integridade do produto final (amêndoas bem fermentadas e secas) seja conservada .

Os agricultores devem seguir corretamente o tempo de estocagem do cacau, que não pode ultrapassar os três meses (90 dias). A orientação é que o fruto seja colocado em sacas de 60 kg, sobre estrado de madeira com distância de 50 cm de uma pilha para outra. Vale ressaltar que é preciso ficar sempre em alerta ao aparecimento de mofo, isentos e roedores,  visto que a região cacaueira do Amazonas possui um clima quente e úmido.

Por Leonardo Dias