Criação de aves de postura apresenta rentabilidade e projeta crescimento de 13,3% na produção de ovos no Amazonas

IDAM/GECOM
Autossuficiente na produção de ovos de galinha desde 2001, o Amazonas registrou em 2016, 1,5 milhão de caixas do produto, de acordo com dados do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Amazonas (Idam), órgão integrante do Sistema Sepror, e a previsão de produção para 2017, é de 1,7 milhão de caixas de ovos, o que representa um aumento de 13,3%. A criação de ave de postura, aquela destinada a produção de ovos, é considerada rentável no Estado e está concentrada nos municípios da Região Metropolitana de Manaus (RMM).
O planejamento de cada etapa da cadeia produtiva e de custos com a criação de aves de postura é uma estratégia que o avicultor José Maria Ferreira de Oliveira, 54, utiliza para administrar um plantel (lote de animais) estabilizado com nove mil bicos (aves) que produzem oito mil ovos por dia. A propriedade está localizada no Projeto de Assentamento Tarumã Mirim, no quilômetro 2,5 do ramal São José, na Zona Rural.
Com uma visão empreendedora, o avicultor divide as tarefas diárias com o filho Jadson Souza de Oliveira, 30, que na etapa de comercialização da cadeia produtiva, é o responsável em transportar e realizar a entrega do produto para supermercados, cozinhas industriais, lojas de frios e revendedores. A rotina de trabalho da granja inicia às 6h com o abastecimento de ração e água nos galpões, seguido da coleta e acondicionamento dos ovos para o transporte, que acontece três vezes por semana.
Mas nem tudo deu certo na vida de José Maria, antes de iniciar a criação de pequenos animais, ele trabalhou com o plantio de culturas agrícolas como o maracujá, banana e coco. Segundo o avicultor, o solo da região apresenta alta acidez, o que requer uma adubação mais intensa. “Foi quando percebi que o cultivo dessas culturas era apenas para subsistência e precisava de uma atividade na qual eu pudesse manter a família”, destacou.
Assistência Técnica – Em 2008, José Maria procurou os técnicos do Idam, os quais o auxiliaram por meio de orientações, visitas técnicas, pesquisa de mercado e capacitações, a investir na criação de aves de postura. Para iniciar na atividade, o avicultor contou com apoio de financiamentos da Agência de Fomento do Amazonas (Afeam) e do Programa Nacional da Agricultura Familiar (Pronaf).
Para o diretor de Assistência Técnica e Extensão Rural do Idam, Luiz Carlos do Herval Filho, a atividade de avicultura de postura com mão de obra familiar deve contar com auxílio de técnicos do órgão e pesquisadores. “Esse planejamento deve ser realizado antes mesmo de iniciar a construção dos galpões, evitando desperdício de recursos e proporcionando ao criador oportunidade de obter melhor eficiência e maior rentabilidade”.
De acordo com o técnico em agropecuária do escritório local do Idam em Manaus, Izinaldo Carvalho, o avicultor José Maria assimilou muito bem como se trabalhar em cada etapa da atividade e percebeu que o manejo adequado das aves é um dos principais fatores para a qualidade do produto. “A alimentação nos horários corretos, a técnica da debicagem, administração da medicação nas aves são fundamentais para a produção dos ovos, além da adoção de novas tecnologias que contribuem para o sucesso da atividade”, enfatizou.
Estrutura física – Para manter a produção diária de oito mil ovos, o avicultor José Maria conta com uma estrutura de cinco galpões com nove mil bicos em fase de produção, um pinteiro e um frangueiro com capacidade de alojamento de três mil pintos cada. Para custear as despesas na alimentação de todas as fases do plantel, o avicultor utiliza em média 40 toneladas de ração/mês. O próximo passo para incrementar a atividade é a aquisição de uma máquina de seleção e limpeza de ovos para atendimento a legislação vigente.
Produção de esterco – Como tudo na propriedade do avicultor José Maria Ferreira de Oliveira é planejado e se torna rentável, a produção de esterco também é importante, seja como fonte de receita ou como insumo para atividades agrícolas. Atualmente ele comercializa cerca de três toneladas de esterco ‘in natura’ por semana.
A produção de esterco é a segunda maior renda da granja e em julho deste ano, o avicultor planeja construir um galpão para melhorar a qualidade do esterco vendido, que passará a ser desidratado, triturado e embalado.