Pesca Manejada do Pirarucu beneficia 25 comunidades de Tonantins, no Amazonas
A pesca manejada no município de Tonantins (a 865 quilômetros de Manaus), iniciada em outubro deste ano, já registrou a retirada de 2.110 unidades do pirarucu (Arapaima gigas), beneficiando 25 comunidades, sendo 12 Tradicionais (Acordo de Pesca) e 13 são indígenas.
O Acordo de Pesca de Tonantins, segundo a Instrução Normativa N°02 de 09/12/2013, estabelece entre vários órgãos reguladores e os pescadores do município a exploração monitorada do pirarucu, espécie protegida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis ( IBAMA), que autorizou neste ano a despesca de 5.621 unidades.
O trabalho no município é conduzido pelo “Projeto Manejo de Lagos” do qual fazem parte a Secretaria de Produção Rural(Sepror) e Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Sema), que realizam o monitoramento da despesca com anotações de peso, tamanho, estágio gonadal, sexo e colocação de lacre.
Para a engenheira de pesca do IDAM/Tabatinga Simélvia Alves, é importante observar peso e tamanho do pescado. “O peso médio de cada pirarucu gira em torno de 52 kg e o tamanho mínimo de captura é 150 cm, embora os espécimes capturados nesse período cheguem a 179 cm. Como o município participa do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) com a compra e doação simultânea, a 29 toneladas obtidas serão doadas para instituições, escolas, hospitais, Pestalozzi, creches, delegacia, e principalmente, serão destinadas as famílias de baixa renda beneficiárias do Bolsa Família”, finalizou.
De acordo com o gerente do IDAM no município Nestor Neto, o Instituto apoia a atividade da pesca manejada. “Essa é uma excelente oportunidade de gerar emprego e renda para os pescadores artesanais locais. Os que antes faziam uso deste recurso de forma ilegal e desordenado, hoje agem diferentemente. A fartura é evidente nos lagos manejados e a cada ano a produção aumenta. Em 2015 foram despescados 96,9 toneladas e este ano a previsão é chegar em 110 toneladas, sem contar o capital gerado através da pesca que aquece o movimenta o mercado local”, afirmou Neto.
Ivalney Ramos Alves, monitor de despesca da Secretaria de Produção no município, explica que a despesca não atingiu a totalidade autorizada pelo IBAMA, devido a dificuldades de acesso aos lagos, causado pela seca e também pela falta de apetrechos de pesca. “Outra questão bastante discutida pelos pescadores é a necessidade do pirarucu entrar na lista do PGPMBio (Programa Garantia do Preço Mínimo da Biodiversidade), uma vez que o preço atual, R$ 3,50 a R$ 4,00 o quilo, não cobre as despesas, o que faz com que muitas comunidades deixem de despescar seus lagos, esperando melhores preços no ano seguinte”, concluiu.