Capacitação pretende melhorar as práticas de manejo da castanha-do-brasil em Barcelos

Foto: Unidade Local de Barcelos
Foto: Unidade Local de Barcelos

Agricultores indígenas do município de Barcelos (a 399 quilômetros de Manaus), foram capacitados pelo Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Amazonas (IDAM) em boas práticas de manejo da castanha-do-brasil de 19 a 23 de maio. A atividade foi realizada na comunidade indígena Floresta I e reuniu cerca de 20 famílias rurais.

O curso é resultado da parceria firmada entre o IDAM e Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) por meio do contrato nº 096/2013, que tem como meta prestar Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) para a população indígena dos municípios de São Gabriel da Cachoeira, Santa Isabel do Rio Negro e Barcelos.

 Ao todo, mais de 300 famílias do Alto Rio Negro serão beneficiadas com atividades que visam a produção de alimentos com foco na segurança alimentar e nutricional, manejo sustentável dos recursos naturais, além do apoio a comercialização e organização social. Em Barcelos a meta é atender 120 famílias indígenas.

Durante a atividade ministrada pelo engenheiro florestal Derick de Lima Farias, com apoio do técnico florestal Janderlei Albertino da Cruz, ambos do IDAM, os participantes receberam orientações sobre como realizar o mapeamento do castanhal, limpeza da área, coleta e quebra de ouriços, métodos de amontoa, seleção e condução das castanhas, métodos de lavagem, secagem, armazenamento, transporte e beneficiamento.

“As boas práticas adotadas no manejo das castanhas são cuidados simples, que vão desde a coleta dos ouriços até o ensacamento para comercialização, e o extrativista deve seguir corretamente as etapas do processo para que se tenha um produto de qualidade, resguardando a segurança alimentar das famílias indígenas e dos consumidores”, disse o engenheiro florestal.

Segundo ele, durante as práticas de campo os extrativistas devem tomar alguns cuidados, por exemplo, evitar que o ouriço permaneça muito tempo no chão, não misturar ouriços velhos com ouriços novos, separar as castanhas machucadas daquelas em boas condições, não deixar as castanhas na mata por longo período, usar os equipamentos limpos e as embalagens novas, secar o produto antes do armazenamento e realizar os tratos silviculturais.

Outro ponto discutido na ocasião foi a legislação federal e estadual para os produtos florestais não madeireiros. Todas as técnicas incentivadas pelos extensionistas têm como finalidade a oferta de produtos de qualidade, o uso de práticas sustentáveis e proporcionar aos agricultores alternativas de renda.

Para a gerente da Unidade Local do IDAM em Barcelos, Gilciane Plácido Braule, a ideia é focar nos eixos do contrato, incentivando o manejo sustentável dos recursos naturais, desenvolvendo também, mecanismos com ênfase na segurança alimentar e nutricional, além de incentivar a qualidade do produto para comercialização local e atender a demanda da fábrica de castanha-do-brasil, localizada no rio Unini.

 Comunidades beneficiadas – Neste curso participaram agricultores das comunidades Floresta I e Tapera I. A mesma atividade também foi realizada na comunidade Canafé, no período de 23 a 27 de março. E nos meses de junho e julho, esta atividade será executada nas comunidades indígenas Romão, Elesbão e Bacabal.