Cheia do rio Solimões preocupa agricultores de Tabatinga

Como a grande maioria dos agricultores familiares de Tabatinga vive nasáreas de várzeas, a safra agrícola deste ano está comprometida. Durante visitas realizadas pela equipe técnica da Unidade Local do Idam nas principais comunidades do município, foi constatada perda de produção de banana, frutas e hortaliças, além de mandioca. Para evitar maiores prejuízos os agricultores familiares estão correndo contra o tempo para fazer, às pressas, a farinha. “Em alguns locais muitos já tão fazendo farinha com os pés na água”, disse o gerente do Idam, Jânio Amorim, que também ressaltou a dificuldade enfrentada em relação a criação de galinha e pequenos animais, com a terra submersa. Os problemas não param por ai. Mudas formadas de frutíferas tiveram que ser removidas, para que não houvesse perdas. Até mesmo os animais estão sendo comercializados, por falta de opção. A expectativa é que a cheia possa alcançar a de 2009, se continuar a encher ainda durante este mês de maio. “O caboclo ribeirinho já está habituado a este tipo de situação, e enfrenta como ninguém a subida das águas, conseguindo superar obstáculos, renovando o plantio da lavoura e a criação de pequenos animais. O que não é comum é uma cheia considerada grande, logo após aquela que foi a maior cheia registrada nos últimos anos”, disse o gerente. Segundo informações do órgão que faz a medição diária do rio Solimões, hoje, o rio está medindo 12 m e 72 cm, faltando apenas 0,35 cm para alcançar a maior cheia registrada nos últimos anos, que ocorreu em 2009 (13 m e 07 cm), o que torna ainda mais preocupante a vida dos pequenos agricultores. Mas os prejuízos não são apenas para quem planta e colhe, a enchente afeta a terra e como grande parte da produção é oriunda da várzea, a tendência é haver falta de produtos no mercado, elevando os preços. No mercado local já é possível constatar alta nos preços das hortaliças, chegando a custar R$ 20,00 o kg do cheiro verde, R$ 1,00 a unidade do pepino e R$ 2,00 um amarrado de pimentão, com cerca de 12 unidades. O momento é marcado por tempos difíceis, mas fica a expectativa das águas descerem e que os agricultores possam recomeçar tudo de novo.
Em Tabatinga, o Idam está orientando os agricultores e acompanhando todo o processo a fim de evitar maiores danos.