Detentos de Itacoatiara trabalham em horta orgânica para a própria alimentação

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Fornecer legumes, verduras e hortaliças para mais de 200 pessoas é o primeiro objetivo dos 12 detentos que cultivam uma horta orgânica na Unidade Prisional de Itacoatiara (UPI).  Com pepino, alface, tomate, couve e outros itens da feira, 10 canteiros foram instalados no presídio por meio da Umanizzare Gestão Prisional em parceria com a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap).

A ideia é incentivar não só o cultivo de produtos livres de agrotóxicos, mas também a vontade de trabalhar e se dedicar a atividades que ajudam na recuperação.

 Para conhecer o projeto ‘Plantando a Liberdade’, o secretário de Estado, Pedro Florêncio, a secretária executiva, Lidianne Tamer, o secretário adjunto, major Klinger Paiva e o coordenador do sistema penitenciário, major Lima Júnior, visitaram a unidade na última terça-feira, 2 de fevereiro. Além de conhecerem o espaço e os detentos que estão trabalhando na horta, os representantes da Seap conversaram com os detentos nos pavilhões para conhecer problemas e necessidades.

A possibilidade de aumentar a área da horta é uma opção para Pedro Florêncio. “Se continuarmos avançando mais pessoas vão querer participar e assim, ao poucos, vamos tendo homens que mudaram devido à possibilidade de trabalho ofertada aqui”, ressaltou.

Parceria – Para dar início ao projeto, a Umanizzare buscou parceria com o Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (IDAM). O técnico em agropecuária, Paulo Damásio, tem dado todo o suporte para que as técnicas sejam bem aplicadas.

“Nós estamos trabalhando nisso desde o segundo semestre de 2015. Eles foram preparados, passamos todas as informações que eles iam precisar para que pudéssemos chegar aqui nessa fase que, em breve, será a colheita”.

 Orgulho – O espaço, ainda pequeno, já é motivo de orgulho para aqueles que têm se dedicado todos os dias às plantações.  Preso há dois anos, Hélio Fernandes, 32, encontrou na horta uma ocupação que tem ajudado a mudar hábitos que também refletem no convívio com a família.

“Eu tenho sentido bastante à evolução e tenho buscado chamar mais colegas para isso. A horta tem sido fundamental para preencher o meu tempo ocioso aqui na prisão”, lembrou.

 Os detentos fazem revezamento entre si para cuidar da horta. Todos os dias, de 13h às 17h dois detentos regam e limpam o espaço. “Acabamos criando disciplina também e isso é bom para todos”, disse Hélio. Com o trabalho na horta e bom comportamento, os detentos também têm direito a remição de pena.

Fonte: Secom