Em 15 anos piscicultura cresce no Amazonas

O setor de piscicultura é um dos que mais cresceu em 15 anos. E a estação de balbina, sob a coordenação do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Amazonas contribuiu significativamente com esse crescimento. De acordo com o gerente de Apoio a Piscicultura e Pesca do Idam, Alfeu Ferraz, em 1995 a produção de pescado era de 500 toneladas. Em 2005, a produção aumentou para 3.049 toneladas e hoje, o pescado no Estado já chega a 12 mil toneladas, número que ainda é considerado insuficiente tendo em vista o grande consumo no Estado. Entre os peixes mais consumidos estão o tambaqui e o matrinchã, criados, principalmente em tanque-rede, canal de igarapé e viveiro escavado em áreas de terra firme. Essas novas modalidades de piscicultura, adotadas pelos agricultores rurais assistidos pelo Idam, são as mais indicadas pelos técnicos por serem mais ecológica e não agredirem o meio ambiente, portanto, estão de acordo com a legislação ambiental, além de serem consideradas mais opções para os piscicultores que utilizavam apenas dos sistemas extensivo e de barragem para a criação de peixes. Segundo o engenheiro de pesca do Idam, Paulo Ramos Rolim, o viveiro de barragem é o principal sistema de cultivo existente. Ele afirmou que o Amazonas está entre os Estados que mais se destacam no setor de piscicultura na região Norte, graças ao serviço de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater), desenvolvido pelo Idam.Além de Balbina, a infraestrutura piscícola existente no Estado conta com fábricas de ração, assistência técnica em todos os municípios e, em pelo menos, 30 municípios já foram instalados postos de piscicultura (onde são recebidas as pós-larvas e transformados em alevinos para posteriormente serem entregues aos piscicultores). Com a instalação desses postos é possível evitar a mortalidade das larvas que antes chegava a 50%, e o frete. Outro ponto importante que também é bastante comemorado se refere ao número de piscicultores que em 1995 era de 212, hoje, chega a 2.400. Para o presidente do Idam, Edimar Vizolli, a crescente demanda de pescado nos mercados locais e da capital (principalmente na entressafra da pesca extrativa), a maior facilidade de acesso ao crédito, o aproveitamento de áreas degradadas, a adoção de tecnologias apropriadas, possibilitou a expansão dessa atividade, e uma maior oferta de pescado nesses mercados. A região metropolitana de Manaus (que compreende os municípios de Iranduba, Manaus, Presidente Figueiredo, Rio Preta da Eva, Itacoatiara, Novo Airão, Careiro da Várzea e Manacapuru), e os municípios de Coari e Benjamin Constant, são os maiores produtores de pescado oriundo da piscicultura. Em Benjamin Constant, inclusive existe uma estação de piscicultura assistida pelo Idam. Histórico A piscicultura é um ramo da aqüicultura que envolve processos reprodutivos e produtivos, engorda e despesca de peixes. A atividade vem se tornando cada vez mais, a melhor alternativa econômica para o desenvolvimento do setor primário do Amazonas. Só para se ter uma ideia, no ano de 1980, quando a piscicultura no Estado teve início, foram implantados 67 viveiros de barragens e fornecidos alevinos capturados na natureza, por meio de um trabalho desenvolvido por meio da parceria ente o Ministério da Pesca, Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Empresa Brasileira de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), Departamento de Estradas e Rodagens (Dera) e os produtores rurais interessados na criação de peixes. Uma segunda etapa ocorreu na década de 90, com o funcionamento da estação de piscicultura de Balbina e o surgimento do FNO. Daí surgiram os tanques escavados, a distribuição de alevinos para os municípios, e atualmente os peixes são criados em tanques-rede e canais de igarapé.