Produtores de banana assistem à palestra sobre estratégias para controle de praga

Produtores rurais de banana da Comunidade de São Sebastião, em Manicoré, participaram da palestra “Estratégias para Controle de Moko da Bananeira”, ministrada pela engenheira agrônoma da unidade local do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (Idam) no município Mariza Lisley. A ação aconteceu no último sábado (4).

Segundo o Idam/Manicoré, participaram da palestra 38 produtores que têm no cultivo da banana o sustento familiar. “A produção de banana é realizada durante todo o ano e tem mercado garantido, o que não acontece com outros produtos sazonais”, disse Mariza acrescentando que a comunidade também está investindo no açaí nativo.

Na avaliação do gerente do Idam/Manicoré, Rigoney Nascimento, a atividade fortalece o vínculo entre o produtor e a assistência técnica, parceria importante para o setor primário. Na ocasião foram distribuídos 100 quilos de sementes de milho.

A palestra “Estratégias para Controle de Moko da Bananeira” foi realizada pela agrônoma Mariza Lisley

Ação – A palestra foi solicitada pelos próprios produtores em ocasião da Festa da Banana que acontecerá no próximo sábado, dia 11 de maio. A ação teve como objetivo orientar os produtores sobre o manejo correto para evitar a disseminação da doença que ataca o cultivo de banana na região. Segundo a engenheira, existe alta incidência do patógeno na região, uma vez que a doença ocorre em bananais localizados em área de várzea.

Mariza detalha que não existe nenhuma variedade de bananeira no mundo resistente a bactéria Ralstonia solanacearum que causa o Moko da bananeira, mas se sabe que após um ano sem a presença de bananeiras em uma área infectada a bactéria desaparece.

“Em conversa entre o Idam/Manicoré e a pesquisadora da Embrapa, Mirza Normando, a instituição de pesquisa está tentando articular com recursos do projeto do Fundo Amazônia/BNDES a instalação de uma Unidade de Observação para manejar o solo de várzea infectado com o Moko da bananeira causado por essa bactéria usando a rotação de culturas pelo período de um ano e depois fazer o plantio de banana pacovan com mudas sadias produzidas em laboratório”, detalhou a engenheira.

O objetivo é que o Idam/Manicoré e a Embrapa selecionem um área onde todos os restos de bananeiras serão eliminados. Depois se planta feijão e, em seguida, milho. “A área deverá ficar isolada e ninguém poderá entrar com ferramentas, trator, sapatos sujos de terras de outros bananais doentes. Após completar um ano, vamos fazer o plantio da pacovan para avaliar o percentual de plantas sobreviventes. Vamos ter que fazer também o controle químico”, descreveu Mariza.

De acordo com o Idam/Manicoré, devido aos prejuízos causados pelas cheias existe, ainda, a possibilidade de que os produtores rurais migrem o cultivo para a terra firme. No entanto, para produzir em terra firme é necessário irrigação, calagem e adubação e mudas certificadas. Atualmente, o governo do Estado auxilia os produtores rurais com o pró-calcário.